A assentada maranhense Stephane Ferreira, 18 anos, é, acima de tudo, uma apaixonada pelo teatro. Ela é uma dos 24 integrantes do elenco do espetáculo “Cazumbá – A Força do Babaçu”. Encenado por trabalhadores rurais em áreas de assentamentos do Incra, o espetáculo teve sua primeira apresentação pública no Centro Histórico de São Luís (MA), no pátio do Convento das Mercês.
A apresentação realizada em um importante espaço cultural da capital maranhense, contou a história da paixão entre um “Cazumbá”, personagem típico dos festejos de Bumba Meu Boi e o babaçu, palmeira típica local. O enredo do espetáculo foi idealizado como trabalho de finalização de um convênio entre o Incra e a Associação em Educação do Meio Ambiente (EMA). O convênio teve como objetivo atuar na área da educação ambiental de agricultores de 14 assentamentos da reforma agrária.
No espetáculo são apresentadas diversas manifestações típicas da cultura maranhense, presentes principalmente nas comunidades rurais como o Cacuriá, espécie de dança surgida da Festa do Divino, e o Tambor de Crioula, dança trazida pelos escravos e que se difundiu por todo o estado. As duas manifestações contam com reconhecimento nacional e são considerados patrimônios culturais do Brasil. O espetáculo cita em diversas cenas o Bumba Meu Boi, um das principais manifestações culturais regional.
Para a jovem assentada o resultado do trabalho foi gratificante. “Estou muito feliz por estar aqui. Foi um grande aprendizado fazer parte deste espetáculo e apresentar o que a gente aprendeu sobre teatro e também sobre a importância de defesa do meio ambiente”, comentou Stephane.
Cultura e preservação
A representante da Coordenação Geral de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Incra, Fabíola Viana, participou do evento e ressaltou que cada uma destas manifestações pontua em diversos momentos da apresentação, a relação entre a cultura popular e a preservação ambiental.
“É gratificante ver que um convênio voltado para a orientação dos assentados sobre práticas de sustentabilidade seja encerrado com a criação de um espetáculo deste porte, onde os próprios trabalhadores rurais, mostram por meio da arte do teatro a maneira como eles se relacionam com esta questão”, elogiou Fabíola.
Já o superintendente regional do Incra no Maranhão, George Aragão, valorizou iniciativas como esta que unem o teatro a questão ambiental. “Elas mostram a importância de abordar o tema por outras perspectivas e são motivo de orgulho para o Incra, que prestou todo o apoio à realização do espetáculo”, avaliou o gestor, ressaltando que a peça deve ser apresentada ainda este mês em outras cidades do estado.
Da assessoria