- Após pouco mais de 25 horas do prazo final estabelecido no mandado de prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula se apresentou à Polícia Federal em São Paulo. A saída do petista do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo (SP) foi precedida de muita resistência e tumulto por parte dos militantes que bloqueavam a saída da sede do sindicato. Depois de tentar por duas vezes sair de carro, Lula resolveu, às 18h45, deixar o prédio andando.
-
- Por volta das 17h, o carro com Lula e o advogado Cristiano Zanin tentou deixar o Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo (SP), mas foi impedido por uma barreira de manifestantes. Poucos minutos depois, uma nova tentativa foi realizada, mas também sem sucesso.
Na ocasião, a Polícia Federal já o aguardava nos arredores do prédio do sindicato. Por volta das 18h, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, teve que subir no carro de som para dizer aos manifestantes que deixassem o ex-presidente sair para que o próprio Lula fosse preservado. De acordo com ela, a PF deu 30 minutos para que o petista deixasse o prédio. Do contrário, poderia ser responsabilizado por não se entregar, conforme sua defesa havia combinado com a PF. Várias viaturas da Polícia Militar cercaram o prédio do sindicato.
Ainda não se sabe ao certo qual será o protocolo. Mas, a perspectiva é que Lula faça exame de corpo delito e, posteriormente, siga para a Polícia Federal de Curitiba.
<< Moro ordena prisão de Lula e diz que petista tem até esta sexta-feira para se entregar
<< Lula: “Quanto mais eles me atacam, mais cresce a minha relação com o povo”
De acordo com a própria PF, a cela especial preparada para receber o ex-presidente tem uma cama, uma mesa com cadeira e banheiro privativo. Diariamente, ele terá direito a duas horas diárias de banho de sol. O espaço era usado para alojar policiais de outros estados, ou advogados que precisassem pernoitar.
Antes de se entregar, o ex-presidente participou de uma celebração religiosa em homenagem a Marisa Letícia, que hoje completaria 68 anos. Após o culto ecumênico no Sindicato dos Metalúrgicos em Campos (SP), como esperado, o ex-presidente fez um discurso crítico ao Judiciário e à sua condenação. Ele reafirmou sua inocência e voltou a atribuir sua condenação judicial a um processo de perseguição política, envolvendo grandes veículos de mídia, o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal.
Um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negar habeas corpus ao ex-presidente, em decisão colegiada, Moro determinou a prisão do petista, na noite de quinta-feira (5), e fixou para o dia seguinte, sexta-feira (6), às 17h, o prazo para que ele se entregasse. O prazo, de acordo com o juiz, foi dado em razão da “dignidade do cargo” que o petista exerceu. Moro também proibiu o uso de algemas e, no mandado de prisão, disse ter preparado sala especial para o início do cumprimento da pena do ex-presidente.