O deputado federal Zé Reinaldo garante que sua pré-candidatura a senador está consolidada e que o governador Flávio Dino (PCdoB) tem condições de se reeleger e de ajudar eleger dois senadores.
Ele conta que a convenção do DEM foi adiada para o dia 6 de fevereiro, quando se filia ao partido, mas o PSB já o liberou.
Zé Reinaldo diz que o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, participou da reunião com o governador, na qual ficou acertado que o DEM vai apoiá-lo na reeleição, tendo o ex-governador como um dos candidatos ao Senado.
Zé Reinaldo elogia também o prefeito Cleomar Tema, presidente da Federação dos Municípios (Famem), que, quando perguntado quem ele ia apoiar para o Senado, disse: “É o Zé Reinaldo e mais um!”
O ex-governador revela que terá o municipalismo como bandeira principal.
“O municipalismo sempre foi minha bandeira e demonstrei isso quando fui governador. Todos os prefeitos reconhecem isso”, afirma.
A seguir a entrevista.
WALDEMAR TER – Para quando ficou a convenção do DEM?
DEPUTADO ZÉ REINALDO – Todos, mais de dez deputados, devíamos ter assinado a ficha de filiação ao DEM, no dia 14 deste mês, mas com a marcação do julgamento do Lula para o dia 24 de janeiro, pelo TRF, o partido achou melhor adiar a convenção, para ter um quadro mais claro sobre a disputa para presidente da República. A presença do Lula na campanha é uma coisa, sem ele, é totalmente diferente. Foi adiada para 6 de fevereiro.
WTER – O senhor já está liberado do PSB?
DZR – Já estou sim. Tenho a carta de liberação e vou comunicar ao TRE e fazer cartas de agradecimentos aos PSB, partido que eu gosto. Aqui no Maranhão o PSB é muito bem dirigido pelo Luciano Leitoa, amigo de todos nós, e ficar sem partido até a convenção do DEM, no dia 6 de fevereiro, quando entrará em conjunto esse grupo de deputados, não só oriundos do PSB, mas também do PSDB e de outras legendas.
WTER – O senhor vai fazer algum anúncio oficial?
DZR – Depois da filiação, vou fazer uma solenidade em São Luís, para marcar a entrada dessas pessoas. Aí começará de vez minha vida dentro do DEM. Enquanto não fizer esse ato que está acertado, o lançamento da minha pré-candidatura ao Senado tem que esperar assim como a de todos do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB).
WTER – Enquanto isso, o senhor tem andado pelo interior e como tem sido a receptividade à sua pré-candidatura?
DZR – Tenho sim. A candidatura não é uma candidatura minha. Ela nasceu do grande grupo de políticos amigos e pessoas que trabalharam ou conhecem o meu trabalho com o municipalismo quando fui governador. No dia que o prefeito Cleomar Tema foi eleito presidente da Federação dos Municípios (Famem), quando perguntado quem ele ia apoiar para o Senado, ele disse: “É Zé Reinaldo e mais um”. Naquele dia ela nasceu embasada num grupo muito forte, que é o grupo de prefeitos. E eu tenho trabalhado muito para ajudar os prefeitos, não só eu, mas a bancada como um todo tem feito isso.
WTER – Como tem sido essa atuação da bancada?
DZR – Há uma diferença muito grande – e sou deputado pela segunda vez – entre a atuação dessa bancada de deputados federais e as antigas, que não se uniam em torno dos reais problemas do Estado. Não se unia e enfraquecia muito as reivindicações do Maranhão. Eu ficava com inveja da banca do Ceará, onde me formei e conheci ao pessoal quase todo. Eles brigavam muito, mas quando chegava o momento do interesse mais definido do Estado, votava toda bancada unida. Isso está acontecendo agora, por ter uma visão municipalista extraordinária.
WTER – Então, o municipalismo será sua bandeira principal na campanha?
DZR – Sempre foi minha bandeira e demonstrei isso quando fui governador. Todos os prefeitos reconhecem isso. Um dia desses um prefeito brincando, perguntou a outro: “Como foi no teu tempo?” “Rapaz, no meu tempo o governador era o Zé Reinaldo”. E não disse mais nada. Há um genuíno interesse da classe política, porque confia em mim, em apoiar o meu nome. A minha filosofia é que todos nós, não moramos em país ou Estado, mas nos municípios. Todos os dias são os prefeitos que botam esse país para funcionar. Temos que ajudar os prefeitos, nesse momento de extrema dificuldades no país.
WTER – Como seria essa ajuda?
DZR – Tenho defendido dentro da Bancada Maranhense, tanto de deputados como de senadores, que dêem suas emendas impositivas de bancadas para a Famem, todos os anos. Isso pode representar em quatro anos quase um bilhão de reais extras para os prefeitos. Isso seria extraordinário. Já fiz isso como deputado e se eleito senador vou fazer do mesmo jeito também.
WTER – Como andam as conversas com o governador sobre candidaturas ao Senado?
DZR – Nós tivemos uma conversa que acredito que tenha sido definitiva. O Rodrigo Maia, que é o presidente da Câmara dos Deputados, esteve aqui e tivemos uma reunião fechada com o governador. O Rodrigo, eu, o Juscelino Filho, que é o presidente do partido no Maranhão, e o governador Flávio Dino. O Rodrigo falou que o DEM estava pronto a apoiá-lo na reeleição, mas tinha um condicionante, que é apoio a minha candidatura ao Senado. O governador disse que havia lançado o nome do Weverton Rocha (PDT) porque era do campo político dele e que no outro campo, que seria representado pelos outras legendas que não têm uma ideologia de esquerda, o candidato natural seria eu e o candidato que se impunha. Naquele momento ficou fechada essa configuração da chapa de senador pelo grupo do governador. Agora tudo está à espera das datas de convenções e de minha filiação ao DEM. O DEM ficará com o governador, desde que apóie como ele disse que vai apoiar a minha candidatura a senador.
WTER – Como o senhor vê essa ameaça de Roseana entrar na disputa para o Governo?
DZR – Eu acredito que a Roseana será candidata. É uma eleição que o Flávio precisa evitar que vá para o segundo turno, porque eleição em segundo turno sempre é imponderável, perigosa. O deputado Eduardo Braide possivelmente vai entrar também, juntamente com o Roberto Rocha (PSDB), a Maura Jorge e o Ricardo Murad, fora as candidaturas dos partidos de extrema esquerda, que sempre saem com candidaturas. De qualquer forma, a eleição vai ser muito dura e o governador sabe disso, porque tem feito um esforço gigantesco, tem viajado muito, tem feito um bom trabalho, mas ninguém pode esperar que seja uma eleição fácil, porque na existe eleição fácil.
WTER – É possível o bloco de o governador eleger dois senadores?
DZR – Se o governador se empenhar muito, como se empenhou no caso do Roberto Rocha – era outra situação -, pode eleger os dois. Há um perigo da classe política querer botar os pés em duas canoas. Pode ser que a classe política muito pragmaticamente faça isso, votando num candidato de um lado e em outro do outro bloco, mas depende do protagonismo do governador.
WTER – O senhor acha então que o governador tem cacife hoje para ajudar a eleger dois senadores?
SZR – Ele já não tem o cacife que tinha antes, por conta da crise, mas ele não tem arestas junto à população. É viável o projeto dele se reeleger e também de eleger uma bancada de senadores favoráveis. Mas sabemos como é eleição!!!