Aprenda, chuchu: políticos devem ser julgados pelo que fazem, e não pelo que dizem. Porque o discurso político flutua ao sabor das conveniências de ocasião. Quase sempre é uísque batizado. Já o que eles fazem, como votam e se comportam …
PAULO JOSÉ CUNHA
Aprenda, chuchu: políticos devem ser julgados pelo que fazem, e não pelo que dizem. Porque o discurso político flutua ao sabor das conveniências de ocasião. Quase sempre é uísque batizado. Já o que eles fazem, como votam e se comportam – é o que interessa.
Mentiras políticas abarrotam o mundo. Aqui no Brasil, a maior continua sendo o “Plano Cohen”, projeto de revolução comunista. Pura mentira. O texto era uma invenção do General Olímpio Mourão Filho (ele mesmo). A mentira deu certo. Baseado nela, Vargas pediu e o Congresso declarou Estado de Guerra, dando início à ditadura do Estado Novo. Já a “Operação Uruguai” foi uma mentira inventada por Claudio Vieira, secretário de Collor, para negar que ele recebesse grana do empresário Paulo César Farias, o arrecadador de propinas do governo. O “empréstimo” de quase 4 milhões de dólares (318 kg de ouro) teria sido feito no Uruguai. A mentira foi descoberta e Collor, impichado.
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” (Goebells, ministro da propaganda de Hitler). “O povo acredita mais facilmente numa grande mentira do que numa pequena” (Hitler). A mentira virou método de atuação política. Lula negou, negou e negou o mensalão. Até reconhecer que se sentia “traído por práticas inaceitáveis”. Pediu desculpas. Mas o arrependimento durou pouco. Logo depois, passou a desmentir o desmentido e não parou mais.
Já FHC, desde que deixou de usar fraldas, espalha a mentira de que a prioridade de sua vida é a reforma tributária. Foi senador, foi ministro da fazenda, foi presidente duas vezes. E reforma tributária que é bom, nem tchuns. “Esqueçam tudo o que eu disse”, afirmou uma vez. Melhor esquecer mesmo. Eduardo Cunha e Paulo Maluf negaram de pés juntos terem contas na Suíça. Mentira. Eles tinham, chuchuzinho. É capaz até de ainda terem.
Em 2013, o deputado Henrique Alves juntou os amigos, pegaram um jatinho da FAB e tocaram pro Rio, pra assistir a um jogo do Brasil. Oficialmente, a viagem era “para uma reunião com o prefeito Eduardo Paes”. Mentira. Alves terminou devolvendo os R$7 mil das passagens. Sérgio Cabral dizia que só usava o helicóptero do governo para fins oficiais. Mentira. Andava pra cima e pra baixo nele, e ainda levava o cachorro. O deputado baiano João Alves dizia ter uma fórmula genial que o permitiu acertar 200 vezes na loteria. Lorota. Os 800 milhões que não conseguia explicar vinham mesmo era das empreiteiras às quais dirigia recursos de emendas. José Dirceu e Delúbio Soares negaram o uso de caixa dois nas campanhas do PT. Mentira. Tratavam-se, apenas, segundo ambos, de “recursos não contabilizados”, um nome bonito para a mesma coisa: caixa dois!
<< Não há inocentes. Todos são cúmplices